quinta-feira, 31 de julho de 2008

O 8 e o 80

Meco


Numa estendemos a toalha a uma distância considerável do “vizinho”, só ouvimos as nossas conversas, falamos no tom que queremos, dizemos as coisas todas como os malucos, fazemos o que nos apetece, não mergulhamos em cima uns dos outros, comemos petiscos e outras iguarias quando saímos da praia, fazemos churrascos, chegamos a casa à hora que queremos, não pegamos no carro se não tivermos “ganas”, não temos filas nem stresse para estacionar, andamos de chinelo de dia e de noite e não nos olham de soslaio por isso, não temos filas para comprar pão, peixe ou carne, pedimos uma bebida no bar sem demoras e ainda nos dão um sorriso grátis, e estamos muito zen, ou não, à espera que o Sol “nos possua”. O mar esse, é que é um “bocadinho” em tons de violento. Não é que não se possa tomar banho mas há dias que não se conseguem dar umas braçadas!

Algarve


Noutra quase que estendemos a toalha em cima da pessoa do lado, ouvimos as conversas deles tal qual eles ouvem as nossas, privamo-nos de uma série de coisas, mal conseguimos mergulhar sem incomodar, temos filas enormes para comprar pão, queijo ou fiambre, não podemos ir aos bares de chinelo no pé, demoramos horas a pedir uma bebida que ainda para além de exageradamente cara não traz sequer um sorriso como sous-verre. Este ano inventaram a “bola de Berlim com creme e sem creme” ao som de uma pronúncia brasileira e de um “guizo” ou de uma pandeireta (talvez numa tentativa de imitar o samba). Quer dizer que, quando o vizinho do lado conseguia calar as crianças e falar baixo, a pessoa estava quase a “pegar no sono” e zut, lá vem a p#*%” da pandeireta e do guizo…
Porém tem um mar maravilhoso, onde se podem passar “horas” a nadar, quase que se pode sair do mar e entrar em casa, come-se muito bem e paga-se tanto quanto se come!
Só é suportável por serem, como diz a minha irmã, “as chamadas férias em família” e por essa vale a pena, pelas brincadeiras, pelas gargalhadas e porque se faz um upgrade, num tête-à-tête, à conversa despachada que acaba por ser a nossa no dia-a-dia…