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E porque ontem foi dia dele, lá fomos ao teatro.
Num Villaret remodelado, assistimos a uma comédia com muitas calorias!
Resumindo a história da coisa: uma mulher e um homem encontram-se num restaurante. Ela (Carla Vasconcelos), uma jovem de muito peso, come uma pizza. Ele (Ricardo Pereira), um jovem magro, come uma salada. No entanto, entre estas duas pessoas tão diferentes dá-se um entendimento imediato, nasce uma grande empatia e o namoro, inevitável, começa. O problema surge quando Tomás apresenta a sua companheira aos seus amigos, Castro e Joana. Aí tem de se confrontar com os preconceitos que a sociedade contemporânea, obcecada pela imagem, tem relativamente às pessoas que fogem aos padrões de beleza.
Faltou-lhes “colar” mais um bocadinho os diálogos, agarrar bem as deixas…também só estrearam há dois dias…Depois, aquele que todos queriam ver, o Ricardo Pereira, estou em crer que se “safa” melhor nas telenovelas do que no teatro, muito estilizado, nada natural…mas, independentemente de ser nas novelas ou no teatro, muito giro!!
Muito bem estavam o “Castro” e a “Gorda”, não sei qual o percurso deles mas tiveram muita piada, e não tinha a ver com o texto, mas com a própria interpretação.
A adaptação da peça (originalmente canadiana) à realidade portuguesa é que teve um ou outro desacerto…e a música chega a ser roçar o irritante, às vezes até está presente onde, me parece a mim, nem deveria estar.
Não muito bem esteve o “fim”, muito dramático, enjoativo…quase que parecia uma declamação de um qualquer poema. E depois, para se concluir a moral da história não era preciso dizer tudo com as letras todas, sobretudo para ver se puxa “ao sentimento”, um bocadinho descontextualizado do ritmo da peça.
Quem vai ver, sai de lá em tons de bem disposto e isso é que é importante!
Houve duas citações de que gostei particularmente:
“- Olha…
- Nunca, se deve começar uma conversa com “olha”.
- Então: ouve…”
“Estou farta de ficar sempre com o Prémio de Consolação!”
De maneiras que é assim…